quinta-feira, 2 de julho de 2009

Almoço

Ontem ao passar por ti
você fez que não viu
Não esboçou nenhuma afeição
nenhum sinal de vida saiu de ti
Ao chegar num desses restaurantes populares
percebi que você não estava lá
também pudera
esperei um bocado na fila
E você tão ocupado não perderia tempo com isso
Ontem ao engolir o alimento mal temperado que
o estado gentilmente me ofertava
Pensei em sua mesa farta de seus desperdícios
pensei em minha barriga se enchendo
daquela ração a minha frente
pensei enquanto você me observava de algum fast-food
cada vez mais fast e menos food
Ontem só lamentei a sorte
e só o fiz por não compreender que logo teria uma caneta
que logo poderia suicidar em palavras
a indignação que que me atormenta
Ontem no entanto eu agi
Fui até você e lhe disse a que viemos
Falei alto tudo aquilo que estava entalado no peito
não lhe mordi nem lhe enfiei o dedo no olho
não o fiz pois ainda não era o momento
Mas lhe mostrei que dentes e mira
estão mais afiados que nunca
lhe mostrei quem somos...
e que é só questão de tempo.

17/06/09

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