terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Me perco em exageros
volto e me dou
Sou tão pouco meu
que até meus olhos
são moradas alugadas
por brilhos outros

me quero prender
por amor sincero
mas se liberto me faz
como posso ser outro
se eu não me movo de mim
e tu não te moves de ti?


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

http://camillapreta.blogspot.com/

Quem me vê distânte
quieto
Sujere que eu não vá
tão longe
Que meu andar deselegante
é de puro mal jeito
[...]
Mas digo cá
minha preta
[...]
Também me guardo
e não é de hoje
Meu sacolejo bobo
vem de outros carnavais
Quem dera
ter o grito rouco
na manhã seguinte
Os pés doendo de tanto
pisar a dor
As mãos ardendo em palmas
que eu já não guardo mais
e está tão perto
o coração explodindo
em vozes
a transbordar peito afóra
e está tão perto
de novo
que será que será?

http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/index.html

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

:0(...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Brás

A chuva cai
A cidade para
O céu a poucos metros daqui
Desaba
A bandeira tremula
Agora é só garoa
E de novo os carros
Donos de diferentes homens

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Caros, me insiro nesta discussão e como em qualquer outra na pura intenção de tentar, com minha reles compreensão, contribuir para a análise de um fenômeno social que abarca nossos dias: a falência do humano.
Vemos já a algum tempo, que temos vivido uma banalização progressiva dos conteúdos culturais (no amplo sentido que esta palavra adquiriu na segunda metade do séculoXX) nos últimos tempos entretanto a falta de um horizonte perspectivo nos levou a um grau tão elevado de incerteza que preferimos então não mais discutir a essência dos problemas e nos contentamos com a superficialidade do imediato.
A título de exemplo apenas, quando tomamos, no caso uma obra literária que tem como objetivo explicito denunciar as políticas totalitárias de governos ditatoriais como é o caso de 1984 de G. Orwel, e anos depois nos deparamos com um programa de tv que ao usar a idéia de uma sociedade vigiada e confinada a uma realidade “concedida” subverte as críticas e faz da vigilância do “grande irmão”, que no livro faz uma alusão ao Estado, um mero jogo, que no B.B. aparece caricaturado como uma atração patética e que personificado no papel de apresentador bonachão faz trocadilhos e piadinhas enquanto os concorrentes se digladiam. Estes, pasmem, lutam pela chance de perder sua liberdade subjetiva estando diante do olhar de milhões de expectadores que nada ou muito pouco influenciam no jogo mas julgam e formam juízo a todo o tempo, usam então de mentiras, trapaças, egos inflados e tudo tem como objetivo e álibi final a apropriação do equivalente universal o “dinheiro” redentor de todas as almas, este que aparentemente pode comprar tudo inclusive o caráter do qual se tem que abrir mão aqui e ali caso queira o prêmio. Mas enfim, a coisa se agudizou de tal forma que não é de se estranhar que sujeitos tomados de ganância sejam usados como atração circense como é o caso do rapaz citado abaixo (zina)que nada tem de especial senão seus defeitos e entrega irrefletida ao ridículo, Marshal Mc luan ao tratar da questão da informação no mundo contemporâneo nos traz a luz da razão o duplo aspecto da comunicação ou seja:” seu papel referencial como elemento fundamental da história da cultura e sua importância na crise da sociedade contemporânea; traz ainda a questão de que num mundo onde as distancias se anulam cibernéticamente e onde se volta a viver como numa aldeia, mas numa “aldeia global” as relações são apenas aparentemente de comunidade mas que geram em seu seio a concorrência desenfreada e a perda de valores.(Understanding Media: The Extensions of Man -1964).
Concluo então que se temos hoje o maior dos refluxos criativos que a humanidade já viveu em contrapartida também temos o maior acúmulo de capacidades e documentação histórica jamais visto. Cabe a nós então construir praticamente as possibilidades de objetivação destas capacidades, cabe a nós colocar verdade no lugar da mentira, cabe a nós compreender que é lamentável a condição da humanidade como um todo e que se não tomarmos um rumo inverso ao do capital continuaremos caminhando, pelos caminhos da barbárie, para a fatídica extinção. E isso seria muito lamentável, o problema é que aí não haveria quem lamentasse.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010